sábado, 16 de junho de 2012

Desafios para o próximo gestor de Fortaleza

ARTIGO 11/06/2012

Desafios para o próximo gestor de Fortaleza


    Iniciamos mais um período eleitoral no qual serão escolhidos futuros gestores e legisladores da quinta maior cidade do País. Não começamos bem. Nossas lideranças políticas, em geral, demonstram um pragmatismo que não condiz com a liturgia das funções que exercem. A busca por alianças ignora as afinidades e não se baseia em uma agenda programática para a Cidade. A sociedade deseja que os candidatos participem de debates sobre temas que impactam diretamente no cotidiano da população.Temos a maior densidade demográfica do País (Censo 2010). A especulação predatória de áreas nobres e a multiplicação de favelas resultam em um crescimento desordenado. O resultado: aumento da violência e caos na mobilidade urbana. Que candidato tem um plano diretor que discipline a ocupação do solo de forma que tenhamos um crescimento sustentável, mesmo contrariando interesses mercantilistas?Existe um descompasso entre o tamanho da frota de veículos e a expansão da malha viária, criando vários pontos críticos na Cidade. O resultado é o colapso do trânsito. Que candidato tem um plano de mobilidade urbana que melhore o transporte coletivo, compartilhe espaço para carros e motos, interligue ciclovias?A violência em Fortaleza cresceu em progressão geométrica. Estamos entre as dez capitais mais violentas do País. Temos o maior índice de homicídios de crianças e adolescentes do Nordeste. Que candidato tem uma política de estímulo ao primeiro emprego e de combate ao crack e à exploração sexual de menores?Temos a segunda pior educação básica do Estado e um número insuficiente de creches no Município. Apesar da razoável quantidade de escolas, a qualidade do ensino não é boa. Os professores convivem com total insegurança, muitos ameaçados por alunos. Que candidato tem um plano que reverta esta situação?Os gargalos na saúde são de conhecimento público. A atenção primária precisa melhorar os indicadores de saúde da população, diminuindo a morbimortalidade por doenças cardiovasculares e melhorando o acesso ao diagnóstico precoce e tratamento dos cânceres. A rede de hospitais secundários precisa ser ampliada. O crescimento populacional não se seguiu de um aumento na oferta de serviços ou leitos hospitalares. O resultado é a falta de acesso à assistência e o acúmulo de pacientes acomodados em macas nos corredores dos hospitais sob condições desumanas. Precisamos de, pelo menos, mais 100 leitos de UTI e 400 de retaguarda para suporte ao Instituto Dr. José Frota (IJF) e Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Que candidato se propõe a debater estes problemas e que tenha no seu programa de governo a meta de implantar leitos resolutivos com equipamentos modernos e recursos humanos adequadamente remunerados? Neste eu votaria. 
Ferreira Filho
Médico e membro do Conselho de Leitores do O POVO

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