terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Falta de energia complica IJF



Durante a noite do sábado, o hospital passou por momentos às escuras. O fornecimento normal da energia só aconteceu na tarde do domingo (Foto: L.C. Moreira)

(26/1/2009) - Morosidade na ampliação
Problema com a energia elétrica paralisa realização de exames de imagem e diminui fluxo de pacientes no IJF
Corredores da emergência vazios, médicos do lado de fora do hospital e pacientes voltando da porta de entrada. O Instituto Dr. José Frota (IJF), maior hospital de traumas do Estado, viveu um final de semana atípico por conta da falta de energia elétrica na unidade. Apesar dos setores essenciais estarem funcionando à base de um gerador da própria instituição, muitos pacientes foram encaminhados para outras unidades, principalmente aqueles que precisavam de exames como Raio X e tomografias.O movimento intenso de ambulâncias e de pessoas nos corredores da emergência do IJF foi substituído por um clima de falsa tranqüilidade. Segundo acompanhantes de pacientes internados na unidade, desde a noite de sábado que o hospital vem apresentando problemas com a energia elétrica e chegou a ficar completamente no escuro, enquanto o gerador era acionado.O chefe da equipe médica de plantão, Lázaro Jales, conta que o gerador ficou ligado de uma hora da madrugada de domingo até às cinco da manhã, quando a energia fornecida pela Companhia Elétrica do Ceará (Coelce) retornou. Contudo, às 7h15, o fornecimento foi interrompido novamente e o prédio voltou a depender do gerador de energia para manter as atividades. “A emergência, o centro cirúrgico e a UTI estão funcionando normalmente”, garantiu o médico.Durante a noite, o tempo de demora da ligação do gerador foi suficiente para provocar um acúmulo nas cirurgias que seriam realizadas. Depois que a energia se estabilizou, os procedimentos foram retomados. Às 10 horas da manhã, segundo o chefe da equipe de plantão, foram encaminhados para o centro cirúrgico três casos emergenciais.No entanto, o setor mais afetado pelo problema de energia elétrica foi mesmo o de imagem. Os pacientes que precisavam de tomografias, por exemplo, estavam sendo encaminhados para o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e depois do exame retornavam para continuar o atendimento no IJF.O chefe da equipe de plantão estava na entrada da emergência fazendo uma triagem das ambulâncias que vinham de outros municípios. “Os casos que não são de muita gravidade e podem ser resolvidos em outro hospital, estamos encaminhando para os Frotinhas”, afirmou Jales. Segundo o médico, se não fosse o problema com a falta de energia, o movimento na unidade estaria dentro da média para um final de semana.
SEM COMUNICAÇÃO
Pacientes enfrentaram transtornos na unidade
Por mais que os setores essenciais do IJF estivessem trabalhando normalmente, o problema com a energia elétrica afetou a qualidade do atendimento da unidade. Muitos pacientes reclamaram da impossibilidade de realizar exames e outros dos problemas da comunicação na unidade. A ativação do gerador implicou em racionamento no uso da energia elétrica. Os aparelhos ligados aos pacientes foram privilegiados.Na manhã de ontem, um homem teve uma crise de epilepsia próximo da recepção da unidade e demorou para ser levado para dentro do hospital pela falta de comunicação com o setor de macas. As pessoas presentes solicitaram uma maca na recepção da unidade, mas o funcionário informou que não poderia chamar os maqueiros, pois não tinha como se comunicar com eles. Uma mulher entrou para buscar uma maca, mas as outras pessoas vendo o estado do homem se anteciparam e o carregaram para dentro da unidade.Além desse episódio, pacientes que precisavam de exames como Raio X ficaram descontentes pela falta de atendimento na unidade.
SEM IDENTIFICAR CAUSAS
Fornecimento retornou às 13 horas
O problema com o fornecimento de energia foi resolvido às 13 horas e, segundo a assessoria de imprensa do hospital, todos os atendimentos, inclusive os exames do centro do imagens, voltaram a ser realizados normalmente. No entanto, a causa da pane elétrica não foi identificada. Uma equipe da Coelce fez ajustes externos na área, mas, segundo a Companhia, o problema se deu nas instalações internas da unidade, portanto, era responsabilidade do IJF resolver a situação.Os técnicos da Coelce disseram acreditar que o problema com a energia elétrica do hospital possa ter acontecido por conta de uma sobrecarga na rede ou pela falta de manutenção das instalações elétricas. A assessoria de comunicação da Coelce informou que a causa exata do problema não pôde ser conhecida porque sua jurisdição se restringe à rede fora do prédio e não dentro dele.Ainda segundo a Companhia, durante toda a manhã, uma equipe de apoio permaneceu nas imediações do IJF para dar suporte aos técnicos e eletricistas do hospital e evitar que ele pare de prestar atendimento à população.
MOVIMENTO NORMAL
Triagem não prejudicou o atendimento nos Frotinhas
A triagem realizada na porta da emergência do IJF, por conseqüência da falta de energia, não chegou a prejudicar o atendimento nos Frotinhas durante a tarde de ontem. Na unidade da Messejana, apesar da intensa movimentação, os pacientes eram recebidos sem demora.De acordo com o médico, Madison Mont´Alverne, chefe de equipe do plantão, alguns pacientes de média complexidade foram encaminhados àquele hospital. “Mesmo assim, o movimento está normal para um domingo”, explicou.No Frotinha da Parangaba, era possível ver macas desocupadas na recepção e cadeiras vazias. “Nenhum paciente nos comunicou que veio do IJF. Até agora o movimento está mais calmo do que o de costume”, informou Ivoneide Mendonça, do plantão administrativo.
Naiana Rodrigues / Guto C. NetoRepórteres

domingo, 25 de janeiro de 2009

TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES


IJF denuncia irregularidades


Desafogar o Frotão: Comissão de Intergestores decidem, em reunião, pedir esclarecimentos aos secretários municipais sobre encaminhamento de doentes (Foto: Kiko Silva)

Hospitais-pólo e secretarias municipais de saúde devem ser convocados para corrigir irregularidadesA transferência irregular de pacientes oriundos do Interior do Estado para o Instituto Dr. José Frota (IJF) foi a principal pauta de discussão ontem, na reunião da Comissão de Intergestores Bipartide (CIB/CE), na Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). A denúncia foi feita pelo superintendente do Frotão, Wandemberg Rodrigues dos Santos.De acordo com relatório apresentado pela superintendência do IJF na reunião, a microrregião de Maracanaú é a que mais encaminha ambulâncias para Fortaleza sem regulação. Em segundo, os maiores índices apresentados são de Cascavel, Caucaia, Itapipoca, Limoeiro, Russas, Quixadá, Baturité e Canindé.Segundo Santos, 23% dos atendimentos, 40% dos internamentos e 63% dos casos de traumatologia são provenientes do Interior, e a maioria dos casos não passou pela Central de Regulação de Leitos.Ele denuncia, ainda, que mais de mil ambulâncias oficiais seguiram indevidamente para o IJF em dezembro do ano passado. “Nunca chegamos a este número e isso vem crescendo. É possível que em janeiro batamos o recorde”, alerta o superintendente do Frotão.Em setembro último, ele encaminhou denuncia ao Ministério Público Estadual informando os excessos de atendimentos a casos que não compõem o perfil da unidade. “Hoje, temos na Emergência 130 macas e 90% dos pacientes não deveriam ser atendidas no IJF”.Em conseqüência das denúncias, a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública solicitou à CIB que adotasse um posicionamento sobre o caso. Na reunião de ontem, os gestores decidiram pela criação de uma comissão para discutir o problema dos encaminhamentos ao Instituto José Frota.Os hospitais-pólo e as secretarias municipais de Saúde, apontados pelo relatório do IJF como os principais responsáveis pelas transferências de pacientes e superlotação da unidade, serão convocados para prestar esclarecimentos sobre as possíveis irregularidades.A Comissão de Intergestores Bipartide vai encaminhar ofício ao Ministério Público comunicando as decisões tomadas na reunião em resposta à solicitação feita pela Procuradoria de Saúde Pública.Para a coordenadora de Regionalização, Controle, Avaliação e Auditoria da Secretaria da Saúde do Estado, Lilian Beltrão, desde julho do ano passado, têm havido várias audiências com o Ministério Público. “Convocamos os municípios, fizemos visitas, negociamos a ampliação de serviços, vários ofícios foram encaminhados pela CIB, a fim de averiguar porque as transferências estavam sem regulação, mas não obtivemos retorno”.A gestora lembrou, ainda, o termo de responsabilidade do pacto de gestão, que diz que todos os municípios devem organizar o acesso, fazer acompanhamento do que ocorre em seu território. Segundo Lilian, as secretarias de Saúde municipais possuem a responsabilidade de planejamento e devem adotar um protocolo de regulação e acesso, para executar o controle de transferências.Conforme o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), Policarpo Barbosa, a questão maior está nos serviços de traumatologia destas unidades.O titular da Secretaria de Saúde do Município, Alex Mont´Alverne , sugeriu também outras medidas preventivas. “Temos que ampliar a atenção nas rodovias e ter uma política agressiva em relação à motos, como fiscalização do uso de capacetes e aumentar o número de funcionários dos hospitais no fim de semana”.
JANAYDE GONÇALVES Especial para Cidade

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

IJF realiza 782 atendimentos no fim de semana

"O Instituto Dr. José Frota realizou 782 atendimentos no último fim de semana em Fortaleza. A violência no trânsito continua sendo a principal causa de atendimentos no hospital, somente no periodo de sexta-feira, 16, às 19h, até esta segunda-feira, 19, às 7h, o hospital atendeu 124 casos, sendo 71 acidentados de motos, três quedas de carro em movimento, 25 vítimas de abalroamentos, 24 de atropelamento e um capotamento. De acordo com o balanço do IJF, 26 vítimas de violência física deram entrada no hospital, 11 feridos por arma branca e 21 por arma de fogo. Também chegaram ao hospital 28 vítimas de queda da própria altura, 19 de queimaduras e oito vítimas de picadas de animais peçonhentos. Foram atendidos, ainda, sete pacientes envolvidos em acidentes na prática de esportes ou ambiente esportivo, quatro em acidentes com animais, além de 16 vítimas de acidentes de trabalho."
Fonte:Texto reproduzido Portal O POVO Online

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O IJF escapou em 2008

Mantido pelo contribuinte fortalezense, o mais importante - e também mais movimentado e complexo - hospital do Ceará, o Instituto Doutor José Frota, fechou ontem as contas das ambulâncias oriundas do Interior que recebeu no ano passado. E o que se viu não é nada animador. Antes, a avaliação do presidente do IJF, Wandemberg Rodrigues dos Santos, sobre os números: ´Demonstram a falta de compromisso (de gestores públicos de outras cidades) no atendimento dos pacientes ao transferirem essa responsabilidade para Fortaleza´. Veja agora a razão da zanga de Wandemberg: ao longo de 2008, os portões da instituição foram abertos para 10.754 ambulâncias que carregavam doentes vindos do Interior do Ceará e até de outros estados. Isso dá, em média, 896 veículos por mês. E destaque-se que não estão incluídas nessa contabilidade as ambulâncias que são chamadas de ´piratas´, porque não pertencem a nenhuma estrutura oficial e estão a serviço de particulares - entre os quais vereadores e donos de associações comunitárias que se alimentam do assistencialismo -, vans e carros particulares, que volta e meia despejam pacientes por lá. E mais um dado: em dezembro, o fluxo superou o dos meses pré-eleitorais, quando a briga por votos no Interior respinga no IJF. Foram 1.002 ambulâncias, deixando a comer poeira as 977 de agosto e as 982 de setembro. Ou seja, o IJF conseguiu escapar em 2008. Mas até quando?
Quadros diferentes
Em dezembro, pela primeira vez em 2008, as ambulâncias enviadas por Maracanaú para o IJF superaram em quantidade as de Caucaia. O placar foi de 72 a 51. Isso desperta curiosidade. É que Maracanaú não teve problemas de desmonte - aliás, o prefeito Roberto Pessoa (PR) foi reeleito com 87,43% dos votos. Já em Caucaia, de modo oposto, as denúncias pipocam em cada órgão municipal.
O pódio
Caucaia forneceu ao IJF, nos 12 meses de 2008, 7.099 pacientes - uma média de 20 por dia. Foi seguida por Maracanaú, com 5.075 durante o ano, o que corresponde a 14 por dia. Aquiraz e Maranguape brigaram pela terceira posição, mas o município praiano ficou na dianteira: mandou 1.469 doentes para Fortaleza. Maranguape ´contribuiu´ com 1.335.
Pra lá da conta
Conforme o Ministério da Saúde, hospitais com o perfil e o porte do Instituto Doutor José Frota devem atender até 80 mil pacientes por ano. Sabem quantos foram recebidos e tratados pelo IJF em 2008? Pasme: 188 mil. Um excedente de 135%. E mais: 90% não estavam no foco do hospital e poderiam ter sido atendidos em outros centros ou postos de saúde.

187.227 atendimentos no IJF em 2008





O atendimento do IJF é desvirtuado por uma demanda absurda de casos não adequados ao seu perfil (Foto: Igor Grazianno)

OMS recomenda menos de 80 mil atendimentos/ano em unidades terciárias. IJF teve 187.227, em 2008Um 2008 difícil e um 2009 de preocupações. É o que constata o superintendente do Instituto Dr. José Frota (IJF), Wandemberg Rodrigues, num balanço de atividades e em perspectivas para o ano. Para se ter uma idéia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que, num hospital terciário como o IJF, o número de atendimentos não deva ultrapassar 80 mil por ano, exceto em situação de conflito ou de calamidade pública. Mas, mesmo não tendo se enquadrado em nenhum desses cenários, o Frotão, em 2008, teve 187.227 atendimentos.Por ser hospital terciário, o sensato seria que recebesse apenas casos graves, como traumatismo craniano, mas, desse total, impressionantes 90,5% dos atendimentos feitos no ano passado não se enquadraram no perfil da unidade de saúde. “Ou seja, são pacientes que não deveriam ter vindo para cá, mas sim, atendidos em unidades secundárias e até primárias”, conclui o superintendente do hospital.Ainda dentro do universo de adequação de atendimentos, têm deixado aflita a direção do hospital as transferências. Em 2008, o IJF conseguiu transferir para hospitais secundários, como Gonzaguinhas e Frotinhas, 1.588 pacientes, bem inferior aos 2.678 de 2007. São 449 pessoas que chegam todos os dias à unidade. Desse universo, 50 são recebidas. Dessas, 37 ficam internadas e quatro são transferidas.Numa conta rápida, dá para deduzir que nove acabam ficando para receber atendimento na Emergência. Primeiro, porque o hospital não tem mais como absorver e, segundo, as outras unidades não podem ou mesmo não querem receber, diz o gestor do IJF. “Por essa razão, a Emergência é sempre lotada”. Não bastasse isso, há ainda a prática da transferência de pacientes do interior.“Motivos? Unidades de saúde sem estrutura nos municípios ou politicagem de baixo nível de gestores irresponsáveis que mandam gente para cá em troco de voto”, afirma. Para ilustrar, em 2005, 41,1% dos pacientes atendidos no IJF foram do Interior. Ano passado, o percentual subiu para 45,6%.Situação ainda pior se apresenta quando o assunto é internamentos, pois 63% deles foram de pacientes de outros municípios, especialmente da Região Metropolitana.Além dessas preocupações, exigiu, em 2008, muitos esforços da equipe do Frotão, o número crescente de lesões por armas de fogo, que resultou em 1.618 atendimentos, ultrapassando incidentes envolvendo bicicletas (1.502) e casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) (1.464).De 2006 para cá, as estatísticas mostram também que as lesões por arma de fogo vêm superando as por arma branca. Só em 2008, por exemplo, o IJF prestou atendimento, numa média diária, a 4,4 pacientes vítimas de lesões por arma de fogo contra 3,3 por arma branca. “Reflexo da violência urbana que tem como cenário de fundo o uso abusivo de bebida alcoólica e de drogas ilícitas. Sem contar que esse tipo de lesão (por arma de fogo) tem maior gravidade, o que gera, entre outros, maior tempo de internamento”, destaca.No trânsito, só o mês de dezembro de 2008 concentrou 557 atendimentos a vítimas de acidentes de moto, uma média diária de 18. Foi o maior registro desse tipo de atendimento em um único mês desde 2000. No ano, dos 5.223 pacientes atendidos, dez morreram. ÊXODO DA SAÚDESem solução em outras unidadesIndependentemente do público, por que as pessoas vão direto para o IJF? De pronto, responde o superintendente, Wandemberg Rodrigues: “Porque não estão encontrando solução em outras unidades de saúde. É o famoso êxodo da saúde”.E isso, na avaliação de Wandemberg, só tende a trazer prejuízos, tanto para o sistema quanto para a população. “Para os pacientes, vai produzir segregação, porque as pessoas, aqui, ficam distantes de casa, da família. Além de transtornos como os financeiros, pois o paciente, muitas vezes, é o único provedor da família”.Para o sistema, especialmente no caso do IJF, a conseqüência é a superlotação. Em relação a outras unidades de saúde, leitos ociosos e desperdício de investimento público. “As pessoas não acreditam que a unidade secundária ou a primária funcionem porque não vivenciam isso no dia-a-dia. Em outras palavras, se eu não consigo fazer um exame de sangue ou uma radiografia numa unidade dessa, eu corro para o IJF porque eu acredito que lá vou conseguir”, explica.Queda da própria alturaDentro de incidentes individuais, as quedas de idosos têm destaque nos atendimentos do IJF. “Principalmente, as pessoas que caem da própria altura e fraturam um dos fêmures”, exemplifica o superintendente. No ano passado, foram 1.508 casos, enquanto, em 2007, foram 1.390.“As outras unidades de saúde alegam que não querem receber esses idosos porque são muito caros e o que o SUS paga por eles não compensa. Além disso, os hospitais dizem que, num pós-operatório, o risco é alto de o idoso precisar de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Diante disso, eles acabam parando aqui”, explica.Para Wandemberg, o poder público precisa entender que a população está envelhecendo e que, por isso, são urgentes investimentos para prestar o devido atendimento específico a essas pessoas.“Em 2009, mais idosos vão cair e isso vai contribuir para superlotar o IJF que, até então, não tinha de se preocupar tanto com esse grupo, tendo em vista que não representava uma fatia tão significativa de atendimentos”, afirma.
Ludmila WanbergnaRepórterATENDIMENTOS5.223 acidentes com moto4.278 queimaduras3.479 acidentes de trabalho3.335 agressões físicas2.963 atropelamentos2.519 abalroamentos2.111 picadas de animais peçonhentos1.618 lesões por arma de fogo1.464 AVCs1.217 lesões por arma branca187.227 atendimentos no total.
Fonte: IJF

UTIs têm 70% dos leitos fora do padrão recomendado

Estudos recentes indicam que detalhes simples, como a presença de janela e relógio no quarto e maior contato com familiares durante a internação são essenciais

Cerca de 70% dos 3.500 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) no País não estão minimamente adequados ao modelo de humanização considerado ideal por especialistas da área, segundo dados da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (Sobrati). Estudos recentes indicam que detalhes simples, como a presença de janela e relógio no quarto e maior contato com familiares durante a internação são decisivos não só para a recuperação mais rápida. "Durante muito tempo, a única preocupação dos profissionais da área foi salvar vidas. Mas nos últimos 15 anos começou a haver um cuidado com a qualidade de vida do paciente após a internação. Isso está ligado ao aumento da sobrevida", diz Álvaro Réa, presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib). "Estudos indicam que muitos pacientes levam de 6 a 12 meses para voltar às atividades normais por causa das sequelas". Segundo o psiquiatra Marcelo Feijó de Melo, da Unifesp, é comum entre pacientes que passaram por longas internações a síndrome do estresse pós-traumático. "Esse quadro é grave e limita muito a vida do paciente pós-UTI". O índice de licenças e aposentadorias precoces entre os portadores da síndrome chega a 40%, afirma o psiquiatra.
Agência Estado

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

IJF atendeu neste final de semana 833 pacientes

"No ultimo final de semana, de sexta-feira (9), às 19h, até esta segunda-feira (12), às 7h, o Instituto Dr. José Frota (IJF), realizou 833 atendimentos. O hospital atendeu, somente neste período, 98 casos de violência no trânsito. Foram 49 acidentados de motos, duas quedas de carro em movimento, 26 vítimas de abalroamentos, 18 de atropelamento e três de capotamento. Em relação a agressão física foram 40 vítimas, 12 vítimas de lesão por arma branca e 11 por arma de fogo. Ainda tiveram vítimas de queda da própria altura, 42, de queimaduras, 19 e de picadas de animais peçonhentos, 13. Além de 12 pacientes envolvidos em acidentes na prática de esportes ou ambiente esportivo e de 13 vítimas de acidentes de trabalho e quatro de acidentes com animais."
Fonte:Texto reproduzido do Portal Jangadeiro Online

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

IJF atende mais de 1700 pacientes no feriadão do Réveillon

"Neste feriado prolongado do Réveillon, a Instituto Dr. José Frota (IJF), realizou 1.788 atendimentos. Os dias de atendimento compreendem de terça-feira, 30 de dezembro, às 19h, até esta segunda-feira, 5 de janeiro, às 7h. Em 2008 foram 1.987 atendimentos. O hospital atendeu, somente neste período do Réveillon, 214 casos de violência no trânsito. Foram 93 acidentados de motos, 54 atropelamentos, 26 abalroamentos, sete vítimas de capotamento, três por queda de carro em movimento e 31por queda de bicicleta. O IJF acolheu, ainda, vítimas da violência interpessoal. Foram 86 atendimentos por agressões físicas, 23 feridos por arma branca e 26 por arma de fogo. Também chegaram ao hospital, neste feriado, 97 vítimas de queda da própria altura, 69 de queimaduras e 17 vítimas de picadas de animais peçonhentos. Foram atendidos, ainda, 10 pacientes envolvidos em acidentes na prática de esportes ou ambiente esportivo, cinco em acidentes com animais, além de 29 vítimas de acidentes de trabalho." Dados de atendimentos: 2008 – 2009 – %
Abalroamento – 43 – 26 – (- 39,5%)
Acidente de moto – 102 – 93 – (- 9%)
Atropelamento – 51 – 54 – ( 6%)
Capotamento – 15 – 7 – (- 53,5%)
Lesão por arma branca – 29 – 23 – (- 20,5%)
Lesão por arma de fogo – 31 – 26 – (- 16%)
Queimaduras – 53 – 69 – ( 30%)
Fonte:Texto reproduzido do Portal Jangadeiro Online

Fim de semana pouco movimentado no IJF

"Fim de semana com movimento abaixo da média no Instituto Doutor José Frota, em Fortaleza. O maior hospital de traumas do Ceará teve menos da metade de atendimentos realizados aos sábados e domingos. Em compensação os plantões de quinta e de sexta-feira foram normais o que deixou o IJF mais uma vez lotado.Da última quinta-feira até a tarde deste domingo, 870 pacientes deram entrada no hospital. Os dois primeiros dias de 2009 foram os mais críticos, com 624 pessoas, números que seguem a média de atendimento da unidade. Já no sábado, foram 154 pacientes. A maioria, vítimas da violência. Sete delas de agressões físicas, cinco de lesões por arma e cinco por armas de fogo. No domingo, até o fim da tarde, apenas 152, quase metade da média de atendimentos. Boa parte dos casos, acidente de moto, cinco ao todo. Para os médicos, a redução ainda é conseqüência da Lei da Seca.Apesar do balanço positivo do feriadão, o IJF funciona ainda além da capacidade. Mesmo com a trasferência de 13 pessoas para outros hospitais, mais de 60 pessoas estão internadas só na emergência. Quase a metade, nos corredores à espera de leitos."
Fonte:Texto reproduzido da Tv Diário

sábado, 3 de janeiro de 2009

IJF atende a 320 no plantão do Ano-Novo











Em Fortaleza mais uma vez a mistura álcool e direção foi responsável pela maioria das ocorrências atendidas no Frotão, sobrecarregando a emergência (Foto: Adriana Pimentel)

Trânsito continua à frente dos atendimentos. Foram 31 acidentes de moto, 17 atropelamentos e 27 traumasO Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro, realizou 320 atendimentos no plantão do Ano-Novo, compreendido entre as 19 horas do dia 31 de dezembro e as 17h30 do dia 1º de janeiro. Mais uma vez a mistura álcool e direção foi responsável pela maioria dos casos. Foram 75, somente os acidentes com motos, atropelamentos e casos de traumas. Para o chefe da equipe de plantão do Frotão, Gersivan Gomes, a questão impressiona mais uma vez e deve servir para sensibilizar a sociedade na adoção de medidas preventivas, como não beber e dirigir e usar sempre o capacete.Os reflexos da violência urbana também podem ser sentidos na emergência do hospital. No total, 34 pacientes atendidos na unidade foram vítimas de agressão física.De acordo com o médico, durante as festas da virada do ano, é comum o uso de fogos de artifício. É também nesta época que o Centro de Tratamento de Queimados do IJF recebe mais vítimas por queimaduras ou outros acidentes causados por explosivos. Durante o plantão do Réveillon, 20 pessoas deram entrada no hospital devido ao mau uso dos equipamentos pirotécnicos.O hospital contou no feriadão com um incremento de 40% na quantidade de medicamentos e material médico-hospitalar, além do pleno funcionamento de todos os seus equipamentos, como raio-x e tomógrafos. O hospital também funcionou com a equipe médica e de enfermagem completa.No total, o IJF conta com 36 médicos a cada 12 horas de plantão. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, 100 macas novas, além do total que o hospital já dispõe, foram utilizadas.Durante o feriadão, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192) disponibiliza, além de sua frota de 22 ambulâncias, uma unidade extra do tipo UTI móvel, direcionada à festa de Réveillon.Ao todo, foram 18 unidades de suporte básico e cinco unidades de suporte avançado (UTIs móveis), com equipes formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e condutores de veículos de urgência.As equipes da unidade foram posicionadas estrategicamente de acordo com os locais de maior aglomeração de pessoas e suas vias de acesso.
LEDA GONÇALVES Repórter

IJF COM SUPERLOTAÇÃO

O Instituto Doutor José Frota, a maior emergência do Ceará, manteve a tradição: entrou o ano novo superlotado. Nos corredores, pacientes em macas. Segundo plantonistas, a maioria dos casos consequecia de acidentes envolvendo motocicleta e bebida.Houve também muitos casos de queimaduras. Foram 18 vítimas, de um total de170 atendimentos.
fonte: Eliomar de Lima

IJF registra 320 atendimentos no dia do Réveillon

"Nas últimas 24 horas, 320 pessoas foram atendidas na emergência do Instituto Doutor José Frota (IJF). Vítimas de acidentes de carro, moto e de queimaduras provocadas pelos fogos do Réveillon. O atendimento ficou lento e alguns pacientes tiveram de ser transferidos.Na tarde desta quinta-feira (01), mais um paciente voltou para casa depois de uma manhã na emergência. O IJF viveu um dia de corredores lotados. Pacientes demais para um plantão complicado.Os acidentes de carro e moto lideraram a lista. O hospital também recebeu vítimas de queimaduras. 18 pessoas não souberam manusear os fogos de artifício do réveillon e foram parar na emergência.Mais da metade dos pacientes atendidos, vieram de outras cidades. Alguns tiveram que voltar.O porquê da superlotação no IJF tem explicação. A falta de desinformação das pessoas acabam prejudicando todo o atendimento. Casos simples que poderiam ser resolvidos nos Gonzaguinhas e Frotinhas, são levadas para o IJF."
Fonte:Texto reproduzido da TV Verdes Mares

ACIDENTES ENVOLVENDO MOTOS LIDERAM OS ATENDIMENTOS NO IJF NO FERIADÃO

"O Instituto José Frota realizou 1.900 atendimentos no feriadão do Natal.Em 2007, segundo balanço divulgado agora à tarde pelo IJF, foram realizados 2.138 atendimentos. Mas,os números revelam que os acidentes de trânsito envolvendo motos continua crescendo. No feriadão do Natal de 2007 foram registradosd 95 atendimentos contra 136 este ano ,de pessoas vitimadas nesses acidentes, o que implica no crescimento de 43% em relação ao ano passado.O número de atendimento de pessoas atropeladas também foi maior em 2008. Enquanto no ano passado, o número de atenidmentos foi 39,neste feriadão foi de 50, o que significa um crescimento de 28%. Os números do IJF também apontam para um crescimento de 128% no atendimentos de vítimas de lesão por arma branca e de 29 por cento nos atendimentos a pessoas feridas por arma de foto.Já na unidade de queimados, houve redução de 7% do número de atendimentos em relação a 2007."
Fonte:Texto reproduzido do Portal Ceará Agora

IJF realiza 832 atendimentos no feriado do Nata

"O maior hospital de urgência e emergência do estado, o IJF, divulgou na manhã desta sexta-feira (26), um balanço parcial com os números do atendimento durante o plantão do Natal. E os dados alertam para o aumento da gravidade dos casos. Das 19h do dia 23 até às 07h de sexta, o hospital realizou 832 atendimentos, 12% a mais do que no ano passado. A maioria dos pacientes, vítimas de agressão física ou acidentes de trânsito."
Fonte:Texto reproduzido do Portal Jangadeiro Online

Os médicos e o SUS, uma relação conflituosa

Prezados Membros,
Para o seu conhecimento e possível comentário, transcrevemos abaixo o artigo de autoria de nosso Presidente, TCBC Edmundo Machado Ferraz, no Jornal "O Estadão", no dia 30 de dezembro de 2008.
Atenciosamente,
Armando de Oliveira e Silva, TCBC
1º Vice-Presidente do CBC
Link para acesso ao site do jornal "O Estadão": http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081230/not_imp300493,0.php

Apesar da evolução do País, é indiscutível a redução da qualidade do atendimento médico em todo o território nacional. Apenas 5% da população utiliza a medicina privada no Brasil. Os outros 145 milhões dependem unicamente do Sistema Único de Saúde (SUS), que é magnificamente planejado, mas não dispõe de recursos orçamentários que financiem a sua atuação.A Organização Mundial de Saúde (OMS) já demonstrou que o investimento público mínimo por habitante é de US$ 500. No Brasil, o setor público gasta 3,5% do produto interno bruto (PIB) com a saúde. Essa quantia equivale a menos de US$ 300 por habitante, bem abaixo do mínimo recomendável.Recentemente, a crise financeira internacional afetou todas as grandes economias mundiais. Para evitar falências bancárias e de outras instituições financeiras medidas econômicas foram elaboradas e executadas com grande rapidez. Surgiu dinheiro para tudo: bancos, montadoras de automóveis, indústria de construção civil, comércio, operações de crédito, junção de empresas, aquisição de eletrodomésticos, operações de socorro financeiro para todos os gostos e peculiaridades. Ninguém falou em dinheiro extra para a saúde e a educação, que nunca foram prioridades, para nenhum governo, desde a época das capitanias hereditárias.O trabalho médico mal remunerado, cada vez mais realizado em condições precárias, a dificuldade de manter o processo de educação continuada em razão do rápido avanço tecnológico, além do acúmulo de novas informações, que complicam e encarecem o exercício profissional do médico, são alguns dos percalços da profissão no País.Assim, o médico e outros profissionais de saúde têm o "privilégio" do duplo emprego e de uma remuneração indigna, que induz o leigo a imaginar que aquela remuneração deveria ser multiplicada por dois e ainda embutida outra fonte de remuneração proveniente do consultório, além de eventuais "bicos" privados, que constituem exceção, e não regra.A realidade salarial dos médicos é muito diferente, pois a maioria deles não consegue o duplo emprego e não tem consultório. Ao contrário, faz uma "ponta" de atendimento em consultório alheio, do tipo uma hora por semana, para não atender ninguém.A maior parte dos profissionais é oriunda de Secretaria estadual ou municipal de Saúde, e não do cargo de médico do Legislativo ou do Judiciário, que ganha melhor, mas representa menos da metade do que ganham os seus respectivos patrões, todos pagos por nós, contribuintes.Os salários dos médicos da rede pública situam-se entre R$ 1.200 e R$ 1.800 por carga de 20 horas semanais. Considerando a teoria do duplo emprego, seria uma renda entre R$ 2.400 e R$ 3.600 por 40 horas semanais.Bem diferente, por exemplo, do cargo, recém-criado, de carcereiro da Polícia Federal, aprovado pelo Congresso Nacional, com salário inicial de R$ 12 mil, no mesmo dia em que a Associação Médica Brasileira (AMB) fazia uma ruidosa e concorrida manifestação no Legislativo federal para solicitar um salário de médico do serviço de R$ 7.500 para um regime de 20 horas semanais e de R$ 15 mil para 40 horas. O salário de carcereiro foi aprovado sem problemas e a proposta da AMB ainda não foi votada em plenário.Podemos concluir, claramente, que o duplo emprego é uma falácia, só prejudica o médico, que ainda é erroneamente rotulado como "vilão" da grande tragédia do mau atendimento prestado à população. É preciso reconhecer, contudo, que precisamos trabalhar num sistema em que possamos ser avaliados em presença, eficiência e qualidade de atendimento.Médico e educador são profissionais de carreira de Estado, concebida como tal, contratados em cargo único, no regime de CLT, com salário digno, em horário integral - horário que possa ser ajustado entre plantão ou complementação ou diário contínuo e sem o pretenso "guarda-chuva" de uma estabilidade do servidor público que muito beneficia os que nada fazem.E o valor do salário? O salário é o que a AMB preconiza e que pode ser negociado por meio de um plano de cargos e salários para que possa ser atingido de acordo com entendimento mútuo.Greve de médico é inadmissível no serviço público, mas não a luta pela dignidade no trabalho e por condições adequadas de atendimento do usuário do SUS. A vida não tem preço, mas a medicina tem custo e o governo precisa arcar com sua responsabilidade. A população não pode pagar o preço de não ter alternativa de tratamento.A grande maioria dos hospitais públicos não possui orçamento e o que arrecada do SUS, com suas tabelas irrisórias, não paga o custo do serviço prestado, o que constitui perfeita receita de insolvência.O problema, contudo, não é apenas de recursos, mas também de gestão profissional. O que se faz é administrar a escassez, a falta de planejamento e de competência e as limitações do serviço público tradicional, engessado, sem criatividade e dotado de uma fiscalização ineficiente e sem agilidade. Hoje existem outros modelos de gestão pública eficientes, já testados, porém solenemente ignorados.O diálogo, portanto, precisa ser estabelecido. É inadiável. O atendimento médico não pode ser improvisado. Necessita de planejamento e execução profissional e de novos modelos de gestão pública para que possa atingir o seu objetivo, que é a melhoria do atendimento de saúde de nossa sofrida população, que nada tem que ver com essa discussão entre médicos, que lutam pela restauração de sua dignidade e condições mínimas adequadas de atendimento, e os governos atuais, que herdaram o produto do descaso acumulado por sucessivas administrações.
Edmundo Machado Ferraz é presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões