terça-feira, 18 de outubro de 2011

Uma homenagem a todos os médicos do Ceará

O Dia do Médico remete-nos a uma reflexão sobre a importância social da profissão e a forma como trabalhamos e vivemos. Exercer a Medicina não é para qualquer um. Mais que estudo, é um dom que precisa de vocação, dedicação, benevolência, ética, seriedade e respeito aos pacientes.

É a harmonia entre a arte e o conhecimento na busca do bem-estar físico, mental e social das pessoas. Constitui luta diária contra adversidades no cumprimento da missão de salvar vidas e aliviar sofrimentos humanos.

Vivemos um paradoxo entre a missão e a realidade que nos impõe condições insalubres de trabalho e cujo impacto incide diretamente na qualidade da assistência a nossos pacientes. Estamos na linha de frente de um sistema de saúde bem planejado no papel, mas que não atinge os objetivos na execução de suas ações.


Muitas vezes nos imputam responsabilidades que deveriam ser assumidas por gestores públicos e legisladores. A sociedade precisa estar alerta para esta armadilha, além de exercer sua capacidade de interferir nas políticas publicas e cobrar dos governantes soluções efetivas para as deficiências do sistema de saúde.

Contudo, apesar das dificuldades, temos ilhas de excelência no Sistema Único de Saúde (SUS), como os transplantes, as cirurgias minimamente invasivas e o tratamento das doenças renais. Tais exemplos comprovam que com melhor gestão e adequado financiamento a realidade da saúde seria outra para nós médicos e para toda a sociedade.

Lutamos todos os dias pela saúde e pela vida. Por melhores condições de trabalho que nos possibilitem oferecer uma melhor assistência e promover o bem estar de todos.

Lutamos por mais recursos para o SUS. Por uma gestão eficiente e de qualidade que respeite nossa autonomia. Pela carreira de Estado do SUS. Por uma carga de trabalho e uma remuneração justa. Lutamos pela valorização do médico.

Parabéns a todos os médicos que atuam na saúde pública ou privada, especialmente aos mais de 500 profissionais que pertencem ao corpo clínico da mais importante instituição social de nosso Estado: o Instituto Dr. José Frota (IJF).

Ferreira Filho
Presidente da Associação dos Médicos do IJF

A OMEDI felicita a todos os colegas pelo seu dia.

Ser Médico... aliviar sofrimentos penetrar fundo nos tormentos da humanidade. Ser Médico... dar de si profundamente sentir a dor do doente compreender a sua sorte é se doar por inteiro é romper o nevoeiro que separa vida e morte. Ser Médico... uma vida a dar vidas a mão que cura feridas a palavra que conforta o olhar compadecido ele é sempre o amigo que ao bater lhe abre a porta. Ser Médico... é infundir confiança ao velho, ao jovem, à criança é ser de Deus o instrumento dando alívio à dor alheia tecer fibra a fibra uma teia seguindo o seu juramento. Ser Médico... é ter na mão a leveza agir com delicadeza é ver em cada criatura o pai, a mãe, o filho, o parente para que seu trabalho apresente o dom verdadeiro da cura. Ser Médico... é empreender com carinho conhecer e traçar seu caminho sem jamais pensar no tédio, comprimidos não resolvem nem diplomas se devolvem... é uma paixão sem remédio!!!

IJF funciona no limite da capacidade máxima

Publicado em 18 de outubro de 2011

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Emergência do frota: as filas se formam nos corredores colocando em risco os pacientes e prejudicando o atendimento. Muitos doentes são transferidos do Interior
RODRIGO CARVALHO
Ontem, 47 pessoas estavam internadas nos corredores do hospital. Destes, 66% são vítimas de acidentes
Em 79 anos de história, os problemas no Instituto Doutor José Frota (IJF) são recorrentes. Unidade superlotada, com macas espalhadas pelos corredores e atendimento precário. Para se ter uma ideia, segundo a direção do hospital, 47 pacientes estão nos corredores da unidade. Desses, 66% são pessoas acima de 65 anos, vítimas de traumas. Dos 405 leitos, 70% são ocupados por pessoas envolvidas em algum tipo de acidente de trânsito e 52% são pacientes provenientes do Interior.

O quadro demonstra que o Frotão, referência no atendimento de traumas, continua sobrecarregado, operando na sua capacidade limite. Casemiro Dutra, diretor executivo do IJF, explica que, inicialmente, a unidade foi criada para atender o fortalezense, mas está se firmando como hospital terciário de pronto atendimento.

Para diminuir a sobrecarga, ele sugere que sejam construídos hospitais no Interior, o que daria maior autonomia às regiões. "Na medida que a gente divide esse atendimento terciário, encurta as distâncias que o paciente tem de percorrer e melhora a qualidade do atendimento", frisa.

Drama
A dona de casa Maria Eliane Martins, 59 anos, desde a última sexta-feira está acompanhando a mãe, de 84 anos, que sofreu uma queda e fraturou o fêmur. Ela é uma das 47 pessoas que estão nos corredores do Frotão, em condições precárias, aguardando por uma cirurgia. "É muita gente para ser atendida, vindo de todo canto, por isso fica difícil ter um bom atendimento. Tem muita gente nos corredores, porque falta enfermaria. Os governantes deveriam investir mais na saúde pública, pois está um descaso".

A agricultora Santana Rodrigues de Oliveira, 38 anos, de Pacajus, estava ontem, do lado de fora da emergência, com seu companheiro, o auxiliar de produção Ademilson Ferreira da Silva, 24 anos, que no último domingo sofreu um acidente de moto. Eles chegaram ao hospital às 23 horas, mas na manhã de ontem, ainda não haviam sido atendidos. Santana conta que foi ao IJF, porque além de ser um hospital referência, é a única opção que possuem, mas reclama que o atendimento deixa muito a desejar.

Dutra explica que existem dois pilares de pacientes no IJF: o jovem que se acidenta, principalmente de moto; e o idoso acima de 65 anos, que sofre de queda da própria altura e geralmente quebra o fêmur.

Nesse último caso, um agravante é que são pacientes com várias patologias associadas, como hipertensão, diabetes e osteoporose, que demandam maior atenção. Entre as pessoas vítimas de acidentes de trânsito, 60% possui entre 15 e 45 anos e compõem a população economicamente ativa.

"São pacientes graves, que normalmente saem com sequelas e vão engrossar as fileiras do sistema previdenciário brasileiro. Até os 70 anos, o governo irá bancar esse paciente, o que é um problema que precisa ser trabalhado", alerta o diretor executivo. Ele destaca que algumas soluções para a saúde e para o IJF não estão no hospital, mas na sociedade, na maneira de se conviver e de se portar no trânsito. "Nesses 79 anos, o José Frota vem fazendo o trabalho dele. Já salvou milhares de vidas e vai continuar salvando, tentando cada vez melhorar".

Após 11 anos trabalhando no IJF, o médico otorrino Alan Melk, avalia que, em termos de demanda, a situação do Frotão piorou bastante, em virtude do aumento da frota de motos, do alcoolismo e porque os hospitais do interior continuam levando pacientes para o Frotão sem necessidade, que não são do perfil da unidade. "Fica difícil fazer um atendimento de boa qualidade numa situação dessas. A população não enxerga isso e acaba culpando primeiramente os médicos e até mesmo o corpo de enfermagem, que é quem está diretamente lidando com eles".

Para desafogar o Frotão, o médico afirma que seria necessário a construção de um novo hospital de emergência em Fortaleza ou na Região Metropolitana. "Já está provado que só a reforma que foi feita na emergência não foi muito efetiva em termos de diminuir a demanda de pacientes".

Melk sugere que seja feito um investimento maior em materiais, para que os profissionais possam trabalhar com maior qualidade. "Faltam alguns materiais e uma campanha de conscientização, para prevenir os acidentes de trânsito".

Demanda
70% Dos 405 leitos são ocupados por pessoas envolvidas em algum tipo de acidente de trânsito e 52% são pacientes provenientes do Interior

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
O Estado precisa de ´outro Frotão´
Depois de 18 anos trabalhando nesta instituição, o que eu posso avaliar é que o IJF é um hospital que tem papel fundamental para a população de Fortaleza, do Ceará como um todo, e até de outros Estados, porque alberga um volume grande de pacientes que são trazidos desses locais e é o suporte que a população tem de bom. Mesmo com todas as dificuldades que o sistema público de saúde possui, é um escape grande, um presente, digamos assim, que a população tem para poder usufruir dos bens da saúde, se é que a gente pode dizer que eles existem.

O Frotão, o corpo de funcionários faz de tudo para atender a todos. Para melhorar, talvez fosse preciso que tivesse no mínimo outro IJF em Fortaleza ou na Região Metropolitana, porque, sozinho, o Frotão "dá conta", entre aspas, "dá conta" na medida do possível. Se tivesse outro, não vou dizer que ficaria tranquilo, mas ajudaria bastante a desafogar o hospital, e até para melhor atender a população.

Fernando Delgado
Chefe de equipe do IJF


EMERGÊNCIA
Unidade não dispõe de heliponto
Um ponto que preocupa a população e chama atenção pela morosidade é o heliponto do Instituto Dr. José Frota. Ele começou a ser construído em fevereiro de 2008, com prazo para término de três meses. Porém, três anos e sete meses se passaram e até o momento o heliponto ainda não foi entregue. Em casos de emergência, que seja necessário o salvamento aéreo, o local de pouso continua sendo a Praça Clóvis Beviláqua.

Ontem, a direção do hospital informou que 85% do heliponto está concluído, mas ainda resta a construção da rampa de acesso e a montagem dos elevadores. A direção do Frotão aguarda que o Ministério da Saúde libere a última parcela de recursos financeiros.

LUANA LIMAREPÓRTER

IJF atendeu 1.288 pacientes no fim de semana

A Prefeitura de Fortaleza, através do Instituto Dr. José Frota (IJF), realizou 1.288 atendimentos no último fim de semana – compreendido entre sexta-feira, 14 de outubro, até esta segunda-feira, 17 de outubro. O hospital atendeu 163 casos de violência no trânsito. Foram 3 vítimas de abalroamento, 84 de acidentes de moto, 26 vítimas de atropelamentos, 3 de capotamentos, 43 de colisões e 4 de quedas de carro em movimento.

O IJF recebeu, ainda, 10 vítimas de lesões por arma branca, 19 por arma de fogo e  37 de agressões físicas. Também chegaram ao hospital 51 vítimas de quedas da própria altura, 23 de picadas de animais peçonhentos, 41 de queimaduras, além de 14 pacientes envolvidos em acidentes na prática de esportes ou ambientes esportivos.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

IJF atendeu 1.317 pacientes no fim de semana

A Prefeitura de Fortaleza, através do Instituto Dr. José Frota (IJF), realizou 1.317 atendimentos no último fim de semana – compreendido entre sexta-feira, 7 de outubro, até esta segunda-feira, 10 de outubro. O hospital atendeu 178 casos de violência no trânsito. Foram 95 acidentados de moto, 35 vítimas de atropelamentos, 1 de capotamento, 44 de colisões e 3 de quedas de carro em movimento.

O IJF recebeu, ainda, 8 vítimas de lesões por arma branca, 16 por arma de fogo e  25 de agressões físicas. Também chegaram ao hospital 55 vítimas de quedas da própria altura, 21 de picadas de animais peçonhentos, 30 de queimaduras, além de 12 pacientes envolvidos em acidentes na prática de esportes ou ambientes esportivos.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

PARECER CREMEC nº 17/2011

INFORMATIVO CREMEC
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ
R. Floriano Peixoto, 2021 - José Bonifácio
Fone: 3230.3080 Fax: 3221.6929

PARECER CREMEC nº 17/2011
11/06/2011
Processo-Consulta Protocolo CREMEC nº 4146/2011

INTERESSADO: Dra. Maria de Jesus Tomas Pinheiro
ASSUNTO: Atestado médico
RELATOR: Cons. Lucio Flavio Gonzaga Silva
Ementa: cabe ao médico determinar, no atestado médico, o início e o término do período de dispensa de atividade do paciente. Não estando este tempo registrado, vale como inicio a data da emissão do atestado.
Da Consulta
A consulente solicita parecer sobre as seguintes questões:
  1. O comando do atestado médico deve ser a partir da data de sua emissão mesmo que o 1º dia seja um dia não útil (feriado, sábado ou domingo?)
  2. Caso o atestado médico de um dia seja emitido à noite e o empregado tenha dado o seu expediente de trabalho durante o dia, o abono do dia seguinte pode ser considerado?
  3. Caso o atestado médico de quatro dias seja emitido após o expediente de trabalho da segunda-feira, o comando de afastamento ao trabalho por motivo de saúde deve ser
    1. de segunda-feira a quinta-feira
    2. de terça-feira a sexta-feira
    3. de terça-feira a quinta-feira (opção que estamos mantendo mediante comprovação do trabalho naquele dia).
Do Parecer
Atestado médico é tema recorrente nesta Câmara de Pareceres do Conselho Regional de Medicina. Vez por outra, surgem indagações quanto à validade, à credibilidade, ao valor deste documento médico. Como prova, basta ver o site do CREMEC, onde se encontrarão mais de duas dezenas de pareceres relacionados.
Esta pergunta específica da consulente é muito interessante. Ela indaga sobre o início da validade do atestado médico. Por certo, que a situação suscita algumas dúvidas. Por exemplo: se o atestado médico liberando o paciente de suas atividades laborais por um dia (24 horas) for emitido às 20 horas de um determinado dia, alguém pode compreender que sua validade se estende até as 20 horas do dia seguinte.
Qual é o entendimento do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará? Esta é a questão da consulente.
É bom que se enfatize inicialmente que há três princípios envolvendo a elaboração de um atestado médico. Eles estão contemplados no capítulo X (Dos documentos médicos), especificamente no artigo 80 do novo Código de Ética Médica de 2010.
O primeiro princípio: que o atestado médico surja a partir de um ato profissional, ou seja, que ele resulte de uma consulta, de um procedimento, de uma avaliação médica, registrada em ficha clinica ou prontuário. O segundo, que ele não seja tendencioso e, finalmente, o terceiro, que o atestado médico corresponda à verdade.
Há que se ressaltar também o valor do atestado médico como documento legal. Em parecer recente de nº 05/2011 deste CREMEC, os ilustres assessores jurídicos, Drs. Antônio de Pádua de Farias Moreira e Patrícia Maria de Castro Teixeira, assim se manifestaram: "Inicialmente, deve-se ressaltar que o atestado médico possui presunção de validade e idoneidade, até que se possa provar sua falsidade, devendo ser acatado por quem de direito, exceto se houver divergência de juízo por médico da junta médica da instituição ou perito."
Os atestados médicos têm o objetivo de justificar e/ou abonar as faltas do empregado ao serviço em decorrência de incapacidade para o trabalho motivada por doença ou acidente do trabalho. Para este fim, estes documentos serão elaborados por profissionais médicos ou odontólogos habilitados.
Tudo isto posto, necessariamente, para demonstrar os princípios e o valor deste importante documento médico.
Quanta à questão específica da consulente. Qual o início da validade do atestado médico. Não há uma norma especificando exatamente este tempo.
A Resolução CFM nº 1.658/2000 estabelece que, na elaboração do atestado médico, o médico assistente deverá observar os seguintes procedimentos:
    a)especificar o tempo concedido de dispensa à atividade, necessário para a recuperação do paciente; b) estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autorizado pelo paciente;
c) registrar os dados de maneira legível;
d) identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de registro no Conselho Regional de Medicina.
O entendimento, de acordo com esta Resolução do CFM, é que cabe ao médico determinar, no atestado médico, o início e o término do período de dispensa de atividade do paciente. Não estando este tempo registrado, vale como inicio a data da emissão do atestado.
Este é entendimento, s.m.j.
Fortaleza, 11 de junho de 2011
Dr. Lúcio Flávio Gonzaga Silva
Conselheiro Relator