quinta-feira, 15 de março de 2012

Médicos do IJF negociam com a Prefeitura melhores condições de trabalho


Os médicos do Instituto Dr. José Frota (IJF) iniciaram uma negociação com a Prefeitura de Fortaleza em busca de melhores condições de trabalho no hospital. A revelação foi feita ao Diário do Nordeste Online pelo presidente da Associação dos Médicos do IJF (OMEDI), Francisco Ferreira Filho, no início da noite desta quarta-feira (14).
 
De acordo com Ferreira Filho, a instituição passa por sérios problemas de infraestrutura e deve ser avaliada por profissionais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Os profissionais também reclamam a aquisição de máquinas para as consultas médicas. 
 
"Estamos dialogando com a Prefeitura as condições de assistência. Queremos resolver o problema de infraestrura no prédio do IJF. São mais de 100 macas nos corredores e pacientes sem leitos. Hoje nossa agenda é em reinvidicação nas condições de trabalho", diz o presidente da OMEDI.
 
Outro pedido feito pelos médicos é no quesito das contratações. Conforme Ferreira Filho, o Imparh está realizando uma seleção para contratação temporária de profissionais, fato reclamado pelo presidente da OMEDI.
 
"A equipe está desfalcada e queremos que se abra concurso de forma legítima. Tem uma seleção, o Imparh está fazendo para contratação temporária. Somos totalmente contra. A constituição só garante em situações extremas e esse desfalque nas equipes já acontece há algum tempo. Gostaríamos que o IJF preenchesse as equipes com médicos efetivados", reclama Ferreira Filho.
 
O fator das contratações, para Francisco, pesa na questão do concurso público. Ele acredita que esta é a melhor forma de preencher a equipe "principalmente em um hospital que precisa ter pessoas capacitadas e motivadas. Apenas para atividades básicas caberia a contratação temporária".
IJF
De acordo com o diretor-executivo do IJF, Casemiro Dutra, o hospital possui 520 médicos e a sobrecarga de trabalho acontece devido ao Ceará ser o único Estado do país a ter somente um centro de referência. "Enquanto não tivermos no Ceará uma estrutura social, com centros de referência pelos menos dentro das macro-regiões, nós nunca resolveremos a situação do IJF".
A instituição tem quatro habilitações em alta complexidade: nefrologia, queimados, terapia nutricional e trauma-ortopedia.
Para o diretor, contratar novos profissionais não vai resolver o problema. De acordo com ele, solução é desconcentrar o atendimento no hospital, em que 50% dos pacientes são do interior do estado. 

Superlotação
O IJF atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e além de receber pacientes de Fortaleza, atende Eusébio, Aquiraz, Itaitinga e interior.
O médico informou que em média 450 pessoas são atendidas por dia, e que caso conseguissem atender somente os casos mais graves - intuito do hospital - cerca de 250 pessoas seriam recebidas diariamente.
Segundo Casemiro, para tentar resolver a situação, desde janeiro deste ano, pacientes traumológicos em estado considerado pouco grave estão sendo encaminhados para o Pronto Socorro dos Acidentados (PSA). Desde a data, cerca de 300 pacientes já foram repassados.
De acordo com Casemiro, desde o início deste mês, pacientes neurológicos em observação na clínica estão sendo remanejados para o Hospital Distrital Doutor Fernandes Távora, na Barra do Ceará.
Apesar de afirmar que contratar novos profissionais não vai resolver a sobrecarga, segundo diretor, nos últimos três anos, cerca de 40 profissionais foram contratados.

Infraestrutura
Casimiro afirma ainda que o IJF precisa de uma ampla manutenção, pois o prédio novo foi construído há mais de 18 anos. O diretor-executivo citou novas aquisições, como o aumento do centro de materiais, aumento de leitos e novas máquinas.

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