segunda-feira, 21 de julho de 2008

Campanha partidária: entidades de classe devem participar?

Opinião ASSUNTO DA SEMANA
Campanha partidária: entidades de classe devem participar?


19/07/2008 14:13

Com o início da campanha política começa a exposição dos candidatos através do posicionamento sobre os mais variados temas. Uma das questões colocadas em períodos eleitorais é se é lícito uma entidade de classe envolver-se em uma campanha partidária. Há os que sustentam que uma entidade de classe, por ter filiados de várias concepções políticas, não pode ter opção partidária, além do mais, isso traria desgaste para sua liderança. Outros entendem que a opção pode ser feita sem prejuízos para a imagem da entidade.



INDEPENDÊNCIA
"As entidades de classe devem ficar totalmente fora de qualquer engajamento político partidário, sob pena de ser envolvida pelo "Sistema" tão eivado de vícios, e para não correr o risco de ser contaminada e perder sua indispensável independência".
ROBERTO MACÊDO - Presidente da FIEC

ALHEAMENTO
"As entidades de classe não podem ficar alheias aos problemas de natureza política, principalmente no que concerne às eleições para as representações legislativas nos três níveis governamentais. No Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras dos Vereadores são feitas as leis que regem o Estado democrático. Nas eleições para cargo executivo não podemos esquecer que as instituições são feitas pelos homens que a dirigem, daí a dificuldade de desassociá-los, o que deve ser perseguido obsessivamente pelo candidato".
JOSÉ RAMOS TORRES DE MELO FILHO - Presidente da Faec (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará)

ÉTICA
“Quando uma liderança de uma entidade de classe se dispõe a se envolver numa campanha partidária é necessário que ela esteja preparada para o desafio de, eventualmente, ter que conciliar as duas atividades, com maturidade e equilíbrio suficientes para não permitir que uma interfira na outra. Como cidadão comum, a minha convicção política independe das minhas atividades sindicais. A questão é ética. Não comprometendo a entidade que representa, qualquer líder classista pode participar de campanha eleitoral”.
TARCÍSIO DIAS - Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado
do Ceará - Simec

MISSÃO
"Uma entidade de classe quer seja patronal ou laboral deve se manter à margem da política partidária até mesmo em respeito a missão para a qual foi criada. A legislação eleitoral é sábia quando determina o afastamento daqueles que participam de alguma instituição no sentido de garantir a isenção e a isonomia entre os concorrentes ao pleito. Portanto, ao cumprir o que determina a lei não vejo como haver desgaste para a imagem de qualquer entidade".
RÉGIS CAVALCANTE DIAS - Presidente em exercício da Fecomércio (CE).

DESCRÉDITO
As associações de classe são suprapartidárias e seus membros se reúnem em defesa de causas comuns e não por afinidades ideológicas e motivações político-partidárias. No entanto, estes são livres para se filiar a diferentes partidos políticos. O que não é admissível é que se utilize a imagem da entidade para fins pessoais, sejam políticos ou não. Do contrario, a entidade sofrerá descrédito, com prejuízo para o processo democrático, que exige movimentos sociais autônomos e representativos.
ROBINSON DE CASTRO E SILVA - Presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC)

COMPROMISSO
“Quando o candidato tem definido que irá lutar para ampliar espaços para a classe que representa, na construção de uma sociedade mais justa e solidária, fortalece a entidade. Isso quando defende as mesmas bandeiras, tem a mesma visão do papel do Estado, das políticas públicas e do projeto na jornada pelo desenvolvimento. O movimento sindical apresenta através dos candidatos suas reivindicações e exige um compromisso público perante os trabalhadores”
JERÔNIMO DO NASCIMENTO - Presidente da CUT/Ceará

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