terça-feira, 22 de julho de 2008

Lei Seca: IJF deve economizar R$ 5 milhões em 2008

MENOS ATENDIMENTOS
Lei Seca: IJF deve economizar R$ 5 milhões em 2008
Yanna Guimarães
da Redação

Depois de um mês em vigor, os primeiros números do impacto da Lei Seca começam a ser divulgados. No IJF, uma redução de 26% na quantidade de atendimentos a vítimas de acidentes de motos, 13% de atropelamentos e 12% de colisões. Nas estradas, 24% menos mortes e 17% menos acidentes



22/07/2008 00:28


A expectativa, no IJF, é de que com a Lei Seca haja uma diminuição na superlotação do hospital - com menos pacientes sendo atendidos nos corredores(Foto: BANCO DE DADOS) Os primeiros resultados da Lei Seca (lei federal nº 11.705) começam a aparecer. Os dados de atendimento do Instituto José Frota (IJF) mostram que houve uma diminuição sensível da quantidade de pessoas envolvidas em acidentes de trânsito. No primeiro mês da vigência da lei, houve uma redução de 26% na quantidade de atendimentos a vítimas de acidentes de motos, 13% de atropelamentos e 12% de colisões. Se a comparação for entre o último fim de semana antes de a lei entrar em vigor e o fim de semana passado, essa redução passa para 45%, 56% e 28%, respectivamente. Se essa redução continuar, a expectativa é que haja uma economia de R$ 5 milhões até o fim do ano.

De acordo com dados do IJF, comparando o fim de semana anterior à vigência da Lei Seca (13 a 16 de junho) e o último fim de semana (18 a 21 de julho), foram 66 atendimentos a menos. Comparando o período de vigência da lei seca (20/6/2008 a 21/7/2008) em relação ao mesmo período do ano passado (20/6/2007 a 21/7/2007), foram 207 atendimentos a menos.

Wandemberg Rodrigues, superintendente do IJF, explica que essa economia está relacionada a não necessidade de usar esse recurso na recuperação dos acidentados, pois além de a quantidade de vítimas ter diminuído, a gravidade dos casos também está menor. Desta forma, o dinheiro que seria gasto com os acidentes pode ser investido em outras áreas da saúde. "Se a gente manter esse patamar, economizaríamos em torno de R$ 20 milhões por ano. Mas a nossa meta é conseguir chegar a uma redução de 85%, que é a quantidade de acidentes relacionados ao álcool". O hospital tem um gasto anual de R$ 40,5 milhões só com acidentes de trânsito.

A freqüência da superlotação do hospital, causada principalmente pelos casos que ocorrem no fim de semana, também deve diminuir. "Logo, logo, vamos começar a observar a redução de pacientes nos corredores, outro benefício que virá com a lei", destaca Wandemberg. Para ele, essa lei veio em um bom momento. "Poderia ter vindo antes, mas ela está mudando muita coisa. Pessoas estão deixando de morrer, deixando de ser mutiladas. Ela tem uma importância social muito grande e promete uma perspectiva futura melhor". O médico destaca ainda que é fundamental que a fiscalização não esfrie. "Quem é contra a lei, é contra a cidadania. É defender um interesse pessoal contra um interesse coletivo", completa.

Acidentes
Outra prova de que a lei está funcionando é a diminuição na quantidade de acidentes nas rodovias. Conforme os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de 20 de junho a 20 de julho de 2007, foram 219 acidentes e 21 mortes. No mesmo período deste ano, dias de vigência da lei, o número de acidentes caiu 17% e o número de mortes, 24%. Foram 183 acidentes e 16 mortes. "Houve uma redução em todos os números, isso geralmente não acontece. Quando realizamos alguma operação especial, conseguimos reduzir o número de mortes, não o de acidentes, pois a quantidade de carros não pára de crescer. Isso é reflexo direto da lei", afirma o inspetor Darlan Antares, chefe do núcleo de comunicação social da PRF.

E-MAIS

Para Wandemberg Rodrigues, superintendente do IJF, um copo de cerveja realmente faz diferença. "As pessoas em condições normais têm teor zero de álcool no organismo. Ninguém nasce com álcool no sangue. Ele é um estimulante, deixa a pessoa mais agressiva, mais afoita. Os reflexos são afetados".

Ele afirma que, se a pessoa é contra a lei, está sendo contra a cidadadia, contra a capacidade de preservar a vida. "Acho absurdo. E com a lei cria-se novas ocupações, novas vinculações sociais".

De acordo com o inspetor Darlan Antares, da Polícia Rodoviária Federal, a fiscalização no Interior ainda está muito tímida. "Temos apenas um bafômetro em cada delegacia, mas o trabalho vai ser intensificado". Ele afirma que amanhã, os policiais em greve devem se reunir e acabar o movimento. "Então, as blitze terão mais intensidade".

FONTE: JORNAL O POVO

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