quinta-feira, 21 de agosto de 2008

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Resistência ainda predomina
Formatação
Imprimir
Enviar
Aumentar
Diminuir
Com aposta na conscientização a longo prazo, a meta é diminuir a desinformação sobre a doação de órgãosQuando o assunto é tão delicado quanto estimular a doação de órgãos, não basta informar. É preciso saber quando e como transmitir essas informações de forma clara e segura. Essa foi a conclusão tirada do II Curso de Formação de Coordenadores Educacionais de Transplantes encerrada, ontem, em Fortaleza. A formação, dada durante os últimos dois dias, foi ministrada pelo presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Valter Garcia. O evento foi promovido pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).‘‘O transplante é a única área do atendimento médico que não pode existir sem a participação da sociedade. É da vontade de uma pessoa em vida ou do consentimento dos familiares de um morto que surge um doador’’, explica Valter Garcia. Porém, a maior dificuldade para estimular a captação de órgãos e tecidos é a resistência dos familiares de potenciais doadores. Abordados num momento de confusão e dor diante da perda de um ente querido, muitos se recusam por conta do medo e de preconceitos oriundos da falta de informações.Para o presidente da ABTO, só será possível mudar a atitude das pessoas em relação ao transplante de órgãos através de um trabalho constante e a longo prazo, como o que será feito pelos coordenadores educacionais de transplantes. ‘‘Houve o caso de duas novelas que, por abordarem o tema da doação de órgãos, levaram a um grande aumento no número de doadores. Mas depois que deixaram de ser exibidas, esse número não se manteve. Essas ações são importantes, mas é preciso investir num trabalho gradual, que tenha maior duração’’, observa.A meta do curso é fazer com que membros de organizações não-governamentais, representantes de associações de transplantados, universitários e profissionais da área de saúde possam divulgar e desmistificar o processo de doação e transplante. Depois da formação, eles vão atuar proferindo palestras em escolas, empresas e associações.‘‘É importante contar com essas pessoas porque eles são formadores de opinião. Não só porque eles podem tirar dúvidas sobre doação e transplante, mas também porque eles aprenderam a como passar essas informações, dando segurança e confiança para quem as recebe’’, ressalta Valter.Segundo dados da Sesa, o Ceará realizou, este ano, 386 transplantes, sendo 80 de rim, 253 de córnea, 17 de coração e 36 de fígado. Em 2007, o Estado conseguiu o recorde de 617 procedimentos.

Nenhum comentário: