O nome Burnout foi delineado na década de 70 e desde então vem ganhando bastante atenção na literatura médica atual. É particularmente observado em profissionais de saúde, designando uma forma de estresse relacionada ao contexto assistencial. Não se trata de um fenômeno novo, mas é ainda pouco familiar a discussão do tema em nosso meio. Consiste em sinais e sintomas de diferentes esferas:
Comportamental: irritabilidade no manejo com pacientes e colegas, consultas relâmpago, baixa satisfação profissional, distanciamento no contato com pacientes.
Física: cefaléias, insônia, cansaço fácil, distúrbios gastrointestinais. Psíquica: ansiedade, exaustão emocional, isolamento.
2. Por quais razões a Síndrome de Burnout se desenvolve?
Há uma combinação de fatores causais que podem desencadear o Burnout, desde a vulnerabilidade a transtornos mentais, mecanismos de proteção contra o estresse pouco funcionantes, rigidez, sedentarismo, relações pessoais pouco gratificantes. Aliadas a estas, estariam as características do próprio trabalho: baixa autonomia na tomada de decisões, acúmulo de empregos, subemprego, número excessivo de atendimentos. Assim, é preciso agir nas diversas fontes que nutrem o problema.
3. Como sei identificar se alguém está com esse problema?
É bom esclarecer que o Burnout não tem o status de doença, mas é um estado de estresse mantido que pode anteceder quadros francamente patológicos, como depressão, ansiedade e pânico. Também pode levar a um aumento do consumo de substâncias (lícitas e/ou ilícitas), na busca de alívio imediato do sofrimento. Há escalas que possibilitam mensurar a intensidade do fenômeno, mas, de um modo simples, a tríade de insatisfação profissional ou frieza no contato com os pacientes, dificuldade de experimentar prazer ou exaustão emocional e sintomas físicos inespecíficos como alterações do sono ou cefaléia, leva a suspeitar da presença do quadro.
4. A Síndrome de Burnout tem tratamento?
Sim, há como intervir tanto preventiva quanto terapeuticamente. Geralmente, mudanças na escala de trabalho, melhor organização de horários, atividades de relaxamento (musicoterapia e meditação têm se mostrado efetivas) e exercícios físicos associados a psicoterapia têm apresentado um bom resultado. A redução do consumo de substâncias psicoativas (ou a parada completa) tende a favorecer o tratamento.
5. A quem devo buscar para pedir ajuda/auxílio?
O mais importante é o reconhecimento da síndrome. Daí em diante, tanto as mudanças organizacionais e pessoais em relação ao trabalho quanto a terapia psicológica podem surtir bons resultados. Não há consenso quanto à forma mais efetiva de psicoterapia. Assim, o mais importante é que o profissional tenha um terapeuta em quem possa confiar. O tratamento medicamentoso deve ser reservado para casos mais intensos que envolvam depressão, alcoolismo ou transtornos ansiosos. Contar com um clínico geral que possa fazer diagnósticos diferenciais, neste caso, é recomendado pelos profissionais da área de saúde.
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